terça-feira, março 09, 2010
O melhor amigo do homem
O meu Cão fugiu de casa para morrer. O Dick tinha 18 anos de vida. Estava muito debilitado fisicamente apesar de ainda conseguir saltar para o "seu" sofá. Estava quase cego e já dificilmente conseguia usar os seus dentes gastos. Há muitos meses que um osso gigante lhe servia apenas como companhia nas noites frias. Estava reformado da sua missão de guardar a casa e de afugentar felídeos do quintal. Foi o mais fiel e altruísta que lhe era possível. Quando o seu instinto assim o impelia, fugia de casa. Ao fim de 3 dias voltava cansado mas feliz. Quiçá resultado da disseminação dos seus genes rafeiros mas de apreciável longevidade algures pelo concelho de Oeiras. Há muito tempo que não repetia a façanha. Desta vez não voltou. Não quis morrer em casa talvez para poupar os donos à visão do seu corpo inerte; preferiu desaparecer no nevoeiro matinal rumo a Alcácer Quibir.
Ao meu melhor amigo. Obrigado.
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Fugiu para a liberdade eterna!
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