Já não sei onde, num programa sobre uma cidade algures, havia uma senhora que, para ilustrar como a cidade estava a mudar, lamentava-se dizendo: "Aqui era um café, agora é uma livraria. Nós gostamos de ler, mas gostamos mais de conversar."
É difícil escolher, mas ter uma bela conversa e ouvir alguém com coisas interessantes para dizer e entusiasmo pelo que diz é das coisas que mais prazer me dá. E esta conversa foi longa, quatro horas, mas a riqueza de referências, todos os universos que se abrem, todos os novos pontos de vista, as idiossincrasias que se revelam, provam à exaustão que vale a pena sair de casa, de frente do computador, para olhar alguém nos olhos.
Ouvir alguém pronunciar o nosso nome também tem uma magia muito especial. De repente somos amigos, somos íntimos, e nem sequer sabemos quando é que isso aconteceu. E com isto vêm as amizades com as pessoas mais improváveis (ultimamente descubro que todos têm formação em História), e são tais que nem percebemos o que temos em comum (talvez um certo tipo de inteligência), mas os laços vão-se reforçando, e a alegria de as rever vai crescendo.
A partir de agora conto o tempo até ao próximo encontro, e esta espera vai-me distraindo das preocupações mais mundanas, aligeirando o fardo de se ser adulto e ter obrigação de garantir a própria subsistência.
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