Hoje passei por Braço de Prata. É supostamente o mês da fotografia, por lá. A quantidade de exposições é enorme e nenhuma me apelou grandemente. Reparei numa fotografia de um campo de trigo, mas não mais do que isso. Ou talvez uma que repetia uma cruz, que se via por traz de um muro, no desenho que demarca um lugar de estacionamento, e isto porque estive a analisar a composição com o Miguel. E além disso há a feira do livro de fotografia e a mostra de maquetes. Eu contribuo com duas. Já para não falar da nossa exposição, que continua por lá, quase cadáver (o meu livro está descolado). Que excesso! Apareceu por lá um tipo, que interrompeu a conversa que eu estava a ter, para mostrar o seu projecto de fotografia (já tinha mandado um email). Toda a gente quer expor, mostrar o seu trabalho, pelos vistos o flickr não chega, o facebook. Toda a gente quer mostrar o seu trabalho mas está muito pouco receptivo ao trabalho dos outros.
E andamos todos tão ocupados, a fazer telefonemas, a mandar emails, a fazer divulgação. Devíamos todos, ou a grande maioria, deixar de ser tão produtivos. Não é a primeira vez que me apetece passar só a fotografar amigos e família e mostrar as fotografias apenas aos respectivos modelos, ou a quem por eles sinta afecto. A fotografia é algo afectivo, guarda-nos a imagem de alguém que vamos querer recordar. O resto, ou pelo menos assim me parece hoje, são apenas exercícios.
Claro que esta irritação é provocada pela minha própria produtividade, de imagens a sites, blogs, podcasts, tudo de qualidade duvidosa. Tenho de parar de fazer tudo e passar a fazer nada. Um nada puro e branco. Bem, talvez mantenha a natação.
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