Há uma exposição com polaroids do Tarkovsky, imagens minúsculas escondidas numa sala comprida, algures no CCB. São imagens da Rússia e de Itália, retratos da família, naturezas mortas. Algumas paisagens russas têm uma névoa muito bela e misteriosa, cores Outonais, as naturezas mortas mostram cores delicadas e os retratos de família são uns mais prosaicos outros profundamente melancólicos.
As imagens são tão pequenas e têm uma tal qualidade gráfica que fiquei a pensar no paciente pintor que as executou e no propósito das suas dimensões reduzidas. Como se tivessem sido pensadas para aqueles medalhões onde as senhoras guardavam retratos de entes queridos, que traziam sempre junto ao seu peito, perto do coração. Mas são fotografias, quase fotogramas de um filme.
A montagem da exposição não ajuda a desfrutar as imagens. Agrupadas por vezes em duas filas horizontais, cada uma das filas ficava respectivamente mais acima ou mais abaixo da posição ideal para as olhar. Algumas fotografias estavam mal montadas nos passpartouts, viam-se o pregos que seguravam as molduras brancas em paredes brancas e outras questões semelhantes. A Inês disse que as imagens eram muito boas mas valia mais vê-las na internet. Não sei, a mim apetecia-me vê-las num livro, ou ampliadas, ou ambas as coisas. É possível vê-las num livro, também é possível vê-las na internet mas hoje o dia estava lindo, e os Domingos são sempre dias bons para passear em Belém, e para a Filipa me apresentar uma amiga que afinal é minha colega da natação. O mundo é pequeno, apesar da Rússia ser um lugar longínquo.
pelos vistos os filmes também podem ser vistos na internet: http://theendofbeing.com/2010/08/11/free-tarkovsky-watch-all-7-of-tarkovskys-films-for-free-online/
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