domingo, fevereiro 22, 2009
sexta-feira, fevereiro 20, 2009
quinta-feira, fevereiro 19, 2009
Sobre o 'casamento homossexual'
Parece que o chamado Casamento de Pessoas do Mesmo Sexo já está no adro, tendo curiosamente chegado ao colo da crise. Há apenas 4 meses atrás o nosso Primeiro ainda considerava necessário um âmplo debate no seio da sociedade, mas agora que a crise arrumou com a direita, o PS só tem de se bater à esquerda e decidiu fazê-lo com medidas de nulo impacto orçamental mas que levam a esquerda dita moderna a embandeirar em arco.
Ora bem, que argumentos há a favor do casamento de pessoas do mesmo sexo? Eu vejo apenas um. Trata-se de regular e reconhecer certos direitos aos elementos de uma união de duas pessoas que vivem numa relação estável e prolongada, e por isso digna de protecção, e que calham ser do mesmo sexo.
Há no entanto uma série de outros argumentos erradamente invocados para defender o casamento de pessoas do mesmo sexo. A sua constante repetição não os torna mais verdadeiros, mas inquina o debate, tornando-o sufocante sem necessidade. São eles os que se seguem.
i) Da liberdade: Segundo este argumento não se pode impedir o casamento de duas pessoas do mesmo sexo porque tal iria limitar a liberdade desses dois cidadãos. Acontece que, como é do conhecimento geral, numa sociedade de direito como a nossa, ninguém tem a liberdade total - aquela possibilidade de fazermos tudo o que nos dá na real gana. É muitas vezes afirmado que, se é verdade que a nossa liberdade é coartada pela Lei, é-o apenas quando colide com a liberdade dos outros. Daí que, sendo o casamento um assunto apenas entre aqueles dois indivíduos, e que assim não vai afectar a liberdade dos outros, não há razão para ser impedido.
Claro que isto não é verdade. Alguns exemplos desgarrados: eu estou proibido de pisar o risco contínuo ou cometer qualquer outra infracção do código da estrada mesmo quando não há nenhum outro veículo ou peão na estrada que possa ser afectado pela minha condução. Mais. É crime profanar um cadáver humano, mesmo se este não tiver parentes ou conhecidos que por ele sintam afecto. Apesar de ser óbvio que esse cadáver não tem nem personalidade jurídica, nem alguém próximo que se interesse, e por isso tem a mesma dignidade que as ossadas de um homem da idade do bronze num qualquer sítio arqueológico. Finalmente, recordo que se o projecto lei do PS (ou o do Bloco, ou o do PC) andar para a frente, ainda assim dois irmãos adultos do mesmo sexo continuarão a não ter a liberdade de poder casar-se um com o outro.
ii) Da discriminação: É argumentado que não se pode impedir o casamento de pessoas do mesmo sexo, porque a Constituição impede a discriminação de cidadãos por motivo das suas orientações sexuais. Este erro é grave porque presume que o casamento entre duas pessoas do mesmo sexo só possa ser realizado se essas duas pessoas forem homossexuais. Só que isso sim configuraria uma discriminação que teria por base a orientacao sexual. (Será que vai ser exigida a "consumação do acto"?) E é errado porque o casamento sempre foi considerado uma união de pessoas de sexos diferentes, mesmo na Grécia antiga...
De facto, custa-me a perceber que duas pessoas do mesmo sexo que vivam juntas tenham de ser homossexuais para se poder casar e assim poder gozar da protecção legal da sua união, nomeadamente em termos sucessórios e fiscais. Há muitos casos de amigos, amigas ou parentes que vivem juntos durante toda uma vida, durante a qual adquirem património juntos e cuja relação estável de entreajuda e amizade merece tanto apoio do Estado como a relação entre dois homossexuais. Outra coisa seria descriminação com base na orientação sexual e por isso inconstitucional.
O casamento civil é um sucedâneo do casamento religioso, que o antecedeu de muitos séculos e como tal é natural que, seguindo o original, tenha sido sempre uma união entre duas pessoas de sexos opostos. Há quem ache que não se poder andar de carroça na auto-estrada é discriminação e há quem pense que uma pessoa não poder casar com outra do mesmo sexo também o é. Nem uma coisa nem outra fazem sentido. As auto-estradas foram feitas a pensar nos automóveis (talvez daí o auto) e o casamento para pessoas de sexos opostos. Pode ser que um dia o legislador queira incluir mais uma via na auto-estrada, que será não só para carroças mas também para cavalos, bicicletas e trotinetes. E pode ser que o mesmo legislador queira acrescentar mais uma via no casamento, que permitirá a duas pessoas do mesmo sexo, homossexuais ou não, casar-se. Não se trata de acabar com uma discriminação, trata-se sim de criar uma nova possibilidade.
iii) Da justiça histórica: Segundo este argumento, o casamento de duas pessoas do mesmo sexo é o culminar de um processo histórico, sendo uma decisão de reparação à comunidade gay e lésbica, que foi perseguida ao longo de séculos e até muito recentemente. Este argumento foi usado há dias num debate televisivo e é um perfeito disparate. Não só a urgência, entre os homossexuais, de poderem casar-se entre sí é um fenómeno bastante recente, que surgiu de forma natural na sequência da conquista de outros direitos, como nunca pode servir de justificação automática para a conquista de novos direitos um passado de perseguição. (Veja-se por exemplo, como os Israelitas são useiros e vezeiros em usar este tipo de argumentação para justificar um estatuto excepcional na cena internacional). Também as Testemunhas de Jeová, os Ciganos, os Mulçumanos, foram perseguidos e como sabemos elementos de todos estes grupos defendem regimes de excepção que colidem com a Lei Portuguesa, como seja a poligamia.
Assim sendo, espero que o casamento de pessoas do mesmo sexo seja aberto a quaisquer pessoas, inclusive parentes, e não apenas a homossexuais. Ao que sei, uma relação estável e de amor nem sempre envolve sexo. E relações ditas incestuosas consentidas entre adultos podem parecer-nos estranhas mas existem e dizem-nos tanto respeito como aquelas entre heterossexuais ou homossexuais.
Parece-me que chamar casamento a estas uniões é um pequeno abuso de linguagem, que no entanto é irrelevante numa sociedade de pessoas inteligentes que conseguem perceber o que se esconde para lá das designações.
Finalmente continuo à espera de ver tanto ou maior empenho deste governo do PS na protecção e apoio às famílias com filhos menores. Estamos a falar de um universo exponencialmente superior ao dos homossexuais que se querem casar (basta projectar para o caso Português os cerca de 5000 casamentos de pessoas do mesmo sexo realizados durante 3 anos em Espanha, para se perceber do que estou a falar), e por isso de medidas de grande relevância e impacto no futuro do País.
Ora bem, que argumentos há a favor do casamento de pessoas do mesmo sexo? Eu vejo apenas um. Trata-se de regular e reconhecer certos direitos aos elementos de uma união de duas pessoas que vivem numa relação estável e prolongada, e por isso digna de protecção, e que calham ser do mesmo sexo.
Há no entanto uma série de outros argumentos erradamente invocados para defender o casamento de pessoas do mesmo sexo. A sua constante repetição não os torna mais verdadeiros, mas inquina o debate, tornando-o sufocante sem necessidade. São eles os que se seguem.
i) Da liberdade: Segundo este argumento não se pode impedir o casamento de duas pessoas do mesmo sexo porque tal iria limitar a liberdade desses dois cidadãos. Acontece que, como é do conhecimento geral, numa sociedade de direito como a nossa, ninguém tem a liberdade total - aquela possibilidade de fazermos tudo o que nos dá na real gana. É muitas vezes afirmado que, se é verdade que a nossa liberdade é coartada pela Lei, é-o apenas quando colide com a liberdade dos outros. Daí que, sendo o casamento um assunto apenas entre aqueles dois indivíduos, e que assim não vai afectar a liberdade dos outros, não há razão para ser impedido.
Claro que isto não é verdade. Alguns exemplos desgarrados: eu estou proibido de pisar o risco contínuo ou cometer qualquer outra infracção do código da estrada mesmo quando não há nenhum outro veículo ou peão na estrada que possa ser afectado pela minha condução. Mais. É crime profanar um cadáver humano, mesmo se este não tiver parentes ou conhecidos que por ele sintam afecto. Apesar de ser óbvio que esse cadáver não tem nem personalidade jurídica, nem alguém próximo que se interesse, e por isso tem a mesma dignidade que as ossadas de um homem da idade do bronze num qualquer sítio arqueológico. Finalmente, recordo que se o projecto lei do PS (ou o do Bloco, ou o do PC) andar para a frente, ainda assim dois irmãos adultos do mesmo sexo continuarão a não ter a liberdade de poder casar-se um com o outro.
ii) Da discriminação: É argumentado que não se pode impedir o casamento de pessoas do mesmo sexo, porque a Constituição impede a discriminação de cidadãos por motivo das suas orientações sexuais. Este erro é grave porque presume que o casamento entre duas pessoas do mesmo sexo só possa ser realizado se essas duas pessoas forem homossexuais. Só que isso sim configuraria uma discriminação que teria por base a orientacao sexual. (Será que vai ser exigida a "consumação do acto"?) E é errado porque o casamento sempre foi considerado uma união de pessoas de sexos diferentes, mesmo na Grécia antiga...
De facto, custa-me a perceber que duas pessoas do mesmo sexo que vivam juntas tenham de ser homossexuais para se poder casar e assim poder gozar da protecção legal da sua união, nomeadamente em termos sucessórios e fiscais. Há muitos casos de amigos, amigas ou parentes que vivem juntos durante toda uma vida, durante a qual adquirem património juntos e cuja relação estável de entreajuda e amizade merece tanto apoio do Estado como a relação entre dois homossexuais. Outra coisa seria descriminação com base na orientação sexual e por isso inconstitucional.
O casamento civil é um sucedâneo do casamento religioso, que o antecedeu de muitos séculos e como tal é natural que, seguindo o original, tenha sido sempre uma união entre duas pessoas de sexos opostos. Há quem ache que não se poder andar de carroça na auto-estrada é discriminação e há quem pense que uma pessoa não poder casar com outra do mesmo sexo também o é. Nem uma coisa nem outra fazem sentido. As auto-estradas foram feitas a pensar nos automóveis (talvez daí o auto) e o casamento para pessoas de sexos opostos. Pode ser que um dia o legislador queira incluir mais uma via na auto-estrada, que será não só para carroças mas também para cavalos, bicicletas e trotinetes. E pode ser que o mesmo legislador queira acrescentar mais uma via no casamento, que permitirá a duas pessoas do mesmo sexo, homossexuais ou não, casar-se. Não se trata de acabar com uma discriminação, trata-se sim de criar uma nova possibilidade.
iii) Da justiça histórica: Segundo este argumento, o casamento de duas pessoas do mesmo sexo é o culminar de um processo histórico, sendo uma decisão de reparação à comunidade gay e lésbica, que foi perseguida ao longo de séculos e até muito recentemente. Este argumento foi usado há dias num debate televisivo e é um perfeito disparate. Não só a urgência, entre os homossexuais, de poderem casar-se entre sí é um fenómeno bastante recente, que surgiu de forma natural na sequência da conquista de outros direitos, como nunca pode servir de justificação automática para a conquista de novos direitos um passado de perseguição. (Veja-se por exemplo, como os Israelitas são useiros e vezeiros em usar este tipo de argumentação para justificar um estatuto excepcional na cena internacional). Também as Testemunhas de Jeová, os Ciganos, os Mulçumanos, foram perseguidos e como sabemos elementos de todos estes grupos defendem regimes de excepção que colidem com a Lei Portuguesa, como seja a poligamia.
Assim sendo, espero que o casamento de pessoas do mesmo sexo seja aberto a quaisquer pessoas, inclusive parentes, e não apenas a homossexuais. Ao que sei, uma relação estável e de amor nem sempre envolve sexo. E relações ditas incestuosas consentidas entre adultos podem parecer-nos estranhas mas existem e dizem-nos tanto respeito como aquelas entre heterossexuais ou homossexuais.
Parece-me que chamar casamento a estas uniões é um pequeno abuso de linguagem, que no entanto é irrelevante numa sociedade de pessoas inteligentes que conseguem perceber o que se esconde para lá das designações.
Finalmente continuo à espera de ver tanto ou maior empenho deste governo do PS na protecção e apoio às famílias com filhos menores. Estamos a falar de um universo exponencialmente superior ao dos homossexuais que se querem casar (basta projectar para o caso Português os cerca de 5000 casamentos de pessoas do mesmo sexo realizados durante 3 anos em Espanha, para se perceber do que estou a falar), e por isso de medidas de grande relevância e impacto no futuro do País.
quinta-feira, fevereiro 12, 2009
Contem quantos Fs tem esta frase. Sem brincadeira...
FINISHED FILES ARE THE RE
SULT OF YEARS OF SCIENTI
FIC STUDY COMBINED WITH
THE EXPERIENCE OF YEARS...
Respondam nos comentários
SULT OF YEARS OF SCIENTI
FIC STUDY COMBINED WITH
THE EXPERIENCE OF YEARS...
Respondam nos comentários
domingo, fevereiro 08, 2009
Ravel e Mussorgsky
...pelos DJs Carl Craig e Moritz von Oswald. Edição da Deutsche Grammophon. Este casamento improvável da música clássica com a moderna arte do copy paste digital, deu nisto (download ilegal).
quinta-feira, fevereiro 05, 2009
shhh...
shhh... é o nome. Música electrónica. Para os mais apreciadores do género gostava de uma opinião... É o namorado de uma professora do Ar.Co
Ver/ouvir mais em http://www.myspace.com/shhhspace A música escolhida é pelo título: Mathematics
quarta-feira, fevereiro 04, 2009
Alexandra
A programação do Teatro Gil Vicente está cada vez mais pobre, mas de vez em quando ainda mostra qualquer coisa interessante. Alexandra de Aleksandr Sokurov. Uma espécie de poema triste.
terça-feira, fevereiro 03, 2009
Dinu Lipatti
É um dos melhores músicos que alguma vez ouvi, este pianista romeno que morreu aos 33 anos de leucemia, em 1950. Como dizem os Queen "It's a kind of magic".
E por falar em magia e pianistas, ou vice-versa (refiro-me aos parágrafos), este sábado à noite fui ouvir o concerto da Maria João Pires no CCB. Não sei o que é mas aquela mulher consegue criar um ambiente algo místico, e é tão bom poder estar presente nestes momentos de pessoas que têm de facto algo de especial. O concerto tinha por título "Chopin - últimas páginas" onde também foi tocada esta sonata de Chopin.
Fica aqui o terceiro andamento (Largo) da sonata nº 3 em Si menor, op. 58 por Dinu Lipatti:
E por falar em magia e pianistas, ou vice-versa (refiro-me aos parágrafos), este sábado à noite fui ouvir o concerto da Maria João Pires no CCB. Não sei o que é mas aquela mulher consegue criar um ambiente algo místico, e é tão bom poder estar presente nestes momentos de pessoas que têm de facto algo de especial. O concerto tinha por título "Chopin - últimas páginas" onde também foi tocada esta sonata de Chopin.
Fica aqui o terceiro andamento (Largo) da sonata nº 3 em Si menor, op. 58 por Dinu Lipatti:
segunda-feira, fevereiro 02, 2009
La Bohème - Teatro São Carlos
Estreia no próximo dia 6 de Fevereiro a Ópera La Bohème de Puccini no São Carlos.
O nosso Sargento Jorge Martins vai estar por lá mas vai tirar licença dia 11, 15, 17 e 21 de Fevereiro para ir caçar pássaros...
Mais Informações em http://www.saocarlos.pt/
O nosso Sargento Jorge Martins vai estar por lá mas vai tirar licença dia 11, 15, 17 e 21 de Fevereiro para ir caçar pássaros...
Mais Informações em http://www.saocarlos.pt/
Citação
Foi com este entusiasmo que a Câmara me escreveu...
"Bom dia
Visto a exposição terminar no próximo sábado, gostaria de saber se na segunda feira, passaria por cá para retirar os k-lines, ou se é algo que nós poderemos fazer, na medida em que precisamos do átrio disponível apartir das 14h.
Aguardo uma resposta.
Obrigada"
"Bom dia
Visto a exposição terminar no próximo sábado, gostaria de saber se na segunda feira, passaria por cá para retirar os k-lines, ou se é algo que nós poderemos fazer, na medida em que precisamos do átrio disponível apartir das 14h.
Aguardo uma resposta.
Obrigada"
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