segunda-feira, outubro 30, 2006

The possibility of everything

Por muito que eu queira ficar em Coimbra tenho de admitir, e tenho de o admitir todas as semanas, que ir a Lisboa é como receber uma transfusão de sangue, ou o que eu imagino ser uma transfusão de sangue, ou estar submersa e ir à superficie encher os pulmões de ar. A esta hora já submergi novamente e respiro só por uma palhinha que se vai entupir ao longo da semana. No próximo fim de semana dou-lhe um valente sopro para o lodo sair e tudo recomeça.

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RECEITA

Um amigo
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Uma sala em que o chão é uma única almofada comunitária e do tecto caiem auscultadores e uma luz arroxeada (THE POSSIBILITY OF EVERYTHING - João Paulo Feliciano)
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um filme
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restaurante Goês
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uma conversa muito boa
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Bairro alto
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um bocadinho de Hugo

sábado, outubro 28, 2006

England...

Cá estou na badalada Cambridge... e tenho a dizer que não é mau de todo. Esta cena de termos de ser aceites por um colégio faz-me um bocado de confusão pois divide um pouco as pessoas tipo num sistema de "castas". Mas nem tudo é mau e nem tudo é bom: não me posso queixar do tempo para já pois, dentro dos parametros ingleses, aqui até há bastante sol. Coisa inaudita são as bicicletas e os "engarrafamentos" de bicicletas. Já me deparei com cenas do estilo andar na rua e querer cortar à direita numa rua e não poder porque estão bicicletas a passar continuamente... Já tive também encontros imediatos (i.e. um choque frontal) com um chinês que vinha do lado errado da estrada (i.e. ele vinha do lado direito).
É também um pouco chocante passar de uma cidade como coimbra para uma cidade onde a mais subida que temos é semelhante à zona do parque da cidade junto ao rio mondego ou quase. Há uma coisa a que eles chamam monte do castelo que é uma elevação que se situa a uns bons 20m acima do nível do resto da cidade e que foi feita pelo homem, tendo uns bons 4m de raio no topo.

O departamento onde estou, CMS (centre for mathematical sciences) parece um sitio onde aterrou um ovni, o que deve ser bom para os gajos não se sentirem tão alienados.
Mas há coisas bonitas por cá: o rio e fazer punt no rio (tipo a gondoleiro de veneza), alguns dos colégios mais antigos, (para os curiosos, as Inglesas não são especialmente bonitas :S metade tem corpo capaz de dar porrada a mtos gajos), DVDs originais a 3libras ou menos, ... é preciso saber procurar.

Mais novidades depois!

sexta-feira, outubro 27, 2006

Camera Obscura



Ontem assisti ao concerto dos Camera Obscura no TAGV. Só conhecia o grupo de ter ouvido duas ou três músicas na internet mas resolvi ir. Foi caseirinho com o público calmamente sentado nas suas cadeiras. Bem não todo. Um grupinho juntou-se em pé junto ao palco e outro cá atrás, a balançar as ancas ao som da música. Eu estive lá atrás. Parecia haver gente de todo lado, pessoas que vieram a Coimbra para os ouvir, que discutiam os seus blogs e os seus gostos músicais. O concerto passou num instantinho, foi leve e bem disposto e eu vim de lá com um novo disco para ouvir em casa.

quinta-feira, outubro 26, 2006

Viva a revolução

Maria Antonieta vs. New Order

Visualmente luxuriante com banda sonora a condizer. Kirsten Dunst é o filme. Só é pena o final previsível...e o meio...e o início. O essencial, de qualquer modo, são os doces espalhados no grande ecrã durante 2 horas por Sofia Coppola.

terça-feira, outubro 24, 2006

Com o olhar vesgo

Entro muma livraria à procura de um livro. Desta vez a horas tardias, o que deixa as livrarias de centro comercial como única opção. Sei o que procuro e por isso dirijo-me à prateleira respectiva: literatura portuguesa, literatura estrangeira, o que for. Procuro com um ar vesgo o autor, que devia estar no lugar que a ordem alfabética lhe confere. Não encontrando, lembro-me que o apelido usado na classificação pode ser o outro, o penúltimo. lá esforço os meus olhinhos, cada vez mais pequenos, através das capas tão fininhas, com letras tão pequeninas e apagadinhas. Não encontro. Pode ser que consiga identificar o livro pelo aspecto, já que aquele autor tem vários livros na mesma colecção. Tento lembrar-me da cor da capa, ou do tamanho. Desta vez os livros já não me param quietos diante dos olhos. Tenho de os percorrer duas ou três vezes. Começo a dúvidar das minhas capacidades. Não é possível que não haja um único livro deste autor.

Os balcões que se espalham pela livraria são o próximo passo. Os livros podem estar em destaque algures, estilo autor do mês ou da semana ou grande promoção, descontos de 20% em todos os livros deste autor, coitado, está a desvalorizar. Mas não. Resigno-me a esperar por um dos inexistentes empregados da cadeia de livrarias. Lá está ele, ali atrás daquela prateleira. Dirijo-me ao rapaz, ou rapariga, que até costumam estar em maioria, falo-lhe no autor e lá vai ela disparada, cheia de confiança, para a prateleira com que eu tinha estado a lutar há minutos atrás, com ar de quem pensa, estes clientes não percebem nada disto. Quando começo a pensar que já devia ter pedido o livro mais cedo, a rapariga começa a perder segurança, a dizer deviam estar aqui, eu vou ver ao computador, hesita, volta à estante, vai ao computador que lhe diz que existem 3 exemplares, volta à prateleira, começa a sentir a pressa do cliente, atrapalha-se, oferece-se para nos dizer se o livro existe noutro sítio, digo que sim mais para a aliviar do que por genuíno interesse, penso nunca mais cá volto, ela diz-me que sim, nas Picoas, quer que telefone para lá, já não é possível porque já é tarde, não se incomode, eu passo por lá, boa noite, boa noite.

Num fim de semana, as livrarias fechadas, lá vou eu às Picoas. Dirijo-me à prateleira respectiva e começo logo a ficar com os olhos pequeninos. Mais um empregado, mais uma confusão, o computador, quer que veja se há noutra livraria, não, deixe estar, nunca mais cá volto, nunca mais volto a uma livraria com computadores, até à próxima noite em que me faça falta um livro daquele autor, aquele que tem tantos livros na mesma colecção que pode ser que eu os reconheça pelo aspecto.

sexta-feira, outubro 20, 2006

Bes



No Público, Bartoon de Luís Afonso

Hand luggage

Homenagem

E Deus criou a mulher...

P.S.: Com bola vermelha. Só aconselhavél a homens de bigode ou barba riga.

Zombie

Estou a começar os preliminares de escrita da minha tese. Passo o dia a pensar em pequenos nadas. "Será que posso fazer isto e aquilo. E se fizesse assim ou assado?! E se o gráfico fosse cozido ou assado?!". Com isto tudo começo a ficar um zombie. O cérebro começa a sobreaquecer. Para combater a alienação tenho que me disciplinar e fazer pausas para shit chat com alguém que passe no corredor.

Esta coisa de agora viver sozinho, ao contrário do que seria de esperar, ajuda a relaxar. Agora compreendo o efeito terapêutico de lavar a loiça!

quinta-feira, outubro 19, 2006

Concurso


Porque é que as bolas de Berlim têm sempre aquela linha mais clara a toda a volta?

(foto "roubada" num blog do sapo chamado Lugar Encantado)

terça-feira, outubro 17, 2006

É só para dizer olá ...

Este blog tem estado um pouco abandonado, e pela minha parte tem vivido de algumas fotografias que lhe vou acrescentando sem grande empenho. Portanto hoje não há fotografias, só uma lenta divagação que não sei muito bem onde vai levar.

Posso começar pelo fim de semana, passado em Elvas com o Hugo. Porquê em Elvas? Porque o Hugo tinha lá um concerto. Foi um longo concerto, daqueles que metem discurso no ínício, discurso de autarcas. Da cidade ficou a estranha imagem de grupos de espalhois com grandes sacos de plástico azuis ou verdes. Estes espanhois visitam a cidade ao fim de semana para comprar toalhas e lençois. Muitas lojas estão mesmo abertas ao Domingo.

Depois uma silenciosa viagem de carro pela paisagem alentejana, que começou por seguir o aqueduto que sai de Elvas. Longas estradas em linha recta que nos levaram até Estremoz, depois umas ruelas que nos levaram ao castelo, a uma paisagem ampla e ventosa, e a um restaurante muito calmo e simpático, com empregados do Benfica. Mas não pensem que era um restaurante qualquer. Chama-se A Cadeia Quinhentista. Nós, para salvar o orçamento, ficámo-nos por uns petiscos e umas sobremesas: coelho de vinagrete, cogumelos, pudim d'água, manjar celeste, estes últimos servidos com sorbet de limão e frutos silvestres. Bem, já sinto água na boca.

Para mim o dia terminou a ler crónicas de Lobo Antunes, a mudar de estado de espírito com a passagem das páginas. No dia seguinte mais uma daquelas segundas feiras em que me levanto cedo para apanhar o autocarro para Coimbra e passar o dia todo à espera que a noite chegue para repor o sono em dia, coisa que nunca acontece. É que ontem quis assistir à primeira sessão da Festa do cinema Francês, e lá fui eu até ao TAGV.

Hoje continuo sem o sono em dia.

quarta-feira, outubro 11, 2006

terça-feira, outubro 10, 2006

Vindima

Este fim de semana passámos por Sobradinho, uma aldeola no destrito de Viseu, onde os meus pais nasceram. O meu pai tinha-nos preparado uma surpresa: deixou algumas uvas para nós vindimarmos. Não se pode dizer que tenha sido um trabalho duro mas a vindima não é a minha vocação. No entanto o cheiro das ervas, de vez em quando da hortelã, o cheiro das uvas, muito diferente conforme as castas, a paisagem, ampla poque ali os campos ficam pendurados em sucalcos, proporcionou uma tarde agradável.

À noite prepararam-se os pipos, encheram-se com o vinho que já tinha sido pisado e pisou-se, literalmente, com os pés, claro os do meu pai, não os nossos, as uvas que se vindimaram naquela tarde. Lá mais para o fim do ano se verá o resultado.

sexta-feira, outubro 06, 2006

Agora é que vai ser

"O primeiro-ministro, José Sócrates, anunciou hoje que o Orçamento de Estado para o próximo ano vai ter "cortes no funcionamento de todos os ministérios", à excepção do Ministério da Ciência que subirá 64 por cento.
(...)
A decisão do Governo de aumentar em 64 por cento o orçamento do Ministério da Ciência em 2007 representa, segundo José Sócrates, a aposta do executivo "na investigação e na ciência". "Não há maior expressão de que a nossa prioridade política é essa", salientou, reiterando que "muitas outras áreas vão ter menos investimento".", in Público on-line.


Nem me apetece comentar...

Cinema Francês, Espanhol, etc

A Festa do Cinema Francês também chega a Coimbra, para variar, ao TAGV. Começa no dia 16 e vai mostrar entre 1 a 4 filmes por dia. A festa do cinema francês inclui, para além de ciclos em várias cidades, um ciclo na RTP.

Também no TAGV está a decorrer a Semana do Cinema Espanhol. Este mês é uma fartura de cinema.

Se tiverem informações sobre algum dos filmes divulguem!

quarta-feira, outubro 04, 2006

Zoo

Recebi uma mensagem da minha irmã com esta fotografia, tirada durante o almoço num restaurante do Jardim Zoológico de Lisboa.