domingo, dezembro 11, 2011

Um método perigoso

Há uma cena no filme que mostra o Jung e o Freud a chegar aos EUA. Ao avistar Manhatan Freud diz: trazemos-lhes a peste.

sábado, dezembro 10, 2011

Pós e contras

Hoje, o senhor que ia sentado ao meu lado no intercidades, provavelmente farto de me ouvir tossir, ofereceu-me "uns pós" para a garganta. Disse-lhe obrigada mas recusei. O senhor era simpático. Se ele tivesse dito umas pastilhas, um xarope talvez aceitasse, mas "uns pós" não me soou nada bem.

Depois foi o almoço de Natal. Foi divertido, éramos 15. O tema de conversa foi, surpreendentemente... comida! Desde sushi a bombons de wasabi, passando pela maneira correcta de fritar batatas (fritam-se duas vezes, em temperaturas diferentes e durante tempos diferentes), até ao "deep-fried stick of butter", ou as "sandwiches" gigantes de Pittsburgh e à questão se de facto existem búfalos em Itália, acho que cobrimos todos os campos. O Fernando picou-me como de costume com as suas bocas a Lisboa, discuti com o Apostolos os filmes que temos visto ultimamente (ele recomenda o Drive), com o Bruce os artigos que temos de escrever (dúzias), a Myrta tentou fotografar com a minha câmara, na qual me tinha esquecido de pôr o cartão de memória, o Rui e eu trocámos experiências no Garageband.

Estava sol em Coimbra, nem sinal de nevoeiro.

domingo, dezembro 04, 2011

Depois de passar uma tarde com o meu pai no hospital, ele conseguiu sair sem saber o que tinha. Não lhe disseram? Não perguntou? Não percebeu?

Às vezes a vida familiar é difícil!

E se fosse possível...

...ver todas as imagens deste blog no mesmo sítio?

sábado, dezembro 03, 2011

Carpe Diem

De volta aos rolos de slides (são caros), a mudar blogs de sítio (por razões de divórcio colectivo), a fugir a correr de encontros infelizes (espero que não me tenha visto), a apreciar sítios insólitos, a gozar o sol da tarde e companhias fugidias. Não deu tempo para a voltinha de bicicleta.


A propósito de divórcios colectivos, hoje duas pessoas disseram-me que tinham gostado muito da exposição de Braço de Prata, que a ideia das cabines tinha sido muito boa (finalmente uma pessoa pode ver uma exposição em paz, sem ser chateado). Sinto sempre surpresa ao ouvir estas coisas e por momentos atingiu-me um sentimento de arrependimento... mas passou depressa.

quinta-feira, dezembro 01, 2011

Bricolage

O contrato com o meu serviço de televisão e internet acabou ontem supostamente, mas tudo continua a funcionar. Ironicamente até descobri cá por casa um transformador que dá a caixa que descodifica o sinal de televisão, por isso hoje voltei a ter televisão, depois de muito tempo (a TVI está a dar uma espécie de Indiana Jones).

E entretanto tenho um novo guiador na velha bicicleta. Substituí o antigo porque achava que estava torto. Claro que agora não tenho a certeza que o novo também não esteja, mas terá de ficar assim. O mais difícil na substituição foi tirar os punhos, mas agora que está tudo montadinho, é certo que no Sábado vou dar uma voltinha.

Também é certo que, pelo tempo que estou a demorar a escrever este "post", não foi boa ideia ligar a televisão.

terça-feira, novembro 29, 2011

L' inconnue de la Seine


Por uma daquelas estranhas coincidências, um assunto que até há pouco tempo desconhecia, aparece-me diante dos olhos (e neste caso dos ouvidos) duas vezes, através de fontes independentes. É a história de como a máscara funerária  de uma jovem desconhecida, que aparentemente se suicidou atirando-se ao Sena, se tornou popular e um objecto comum nas casas parisienses do Séc. XIX.


A primeira vez que vi (li) uma referência a esta história foi num texto de 1929, de Alfred Döblin que serve de prefácio ao The Face of Our Time de August Sander. A segunda foi hoje, num programa do RadioLab, que conta como esta máscara deu forma à face do boneco usado no treino de reanimação cardio-respiratória. Também esta é uma história de coincidências.

sexta-feira, novembro 25, 2011


(uma sugestão da Inês)

Preto no Branco

Hoje abri finalmente o frasco de tinta da China que o Duan-Cai me ofereceu antes de se ir embora, já lá vai algum tempo. E usei pela primeira vez os pincéis que a Sílvia me trouxe de Macau, já lá vão algumas décadas. A tinta da China, ou esta que eu aqui tenho, tem um preto muito bonito, denso. Os pincéis chineses, estes que eu aqui tenho, são macios e absorvem uma quantidade de tinta considerável, e transmitem-na bem ao papel. A superfície do papel fica brilhante nas zonas onde ficou mais tinta, que se pode também diluir para produzir belos cinzentos. 


quinta-feira, novembro 24, 2011

Um nada puro e branco

Hoje passei por Braço de Prata. É supostamente o mês da fotografia, por lá. A quantidade de exposições é enorme e nenhuma me apelou grandemente. Reparei numa fotografia de um campo de trigo, mas não mais do que isso. Ou talvez uma que repetia uma cruz, que se via por traz de um muro, no desenho que demarca um lugar de estacionamento, e isto porque estive a analisar a composição com o Miguel. E além disso há a feira do livro de fotografia e a mostra de maquetes. Eu contribuo com duas. Já para não falar da nossa exposição, que continua por lá, quase cadáver (o meu livro está descolado). Que excesso! Apareceu por lá um tipo, que interrompeu a conversa que eu estava a ter, para mostrar o seu projecto de fotografia (já tinha mandado um email). Toda a gente quer expor, mostrar o seu trabalho, pelos vistos o flickr não chega, o facebook. Toda a gente quer mostrar o seu trabalho mas está muito pouco receptivo ao trabalho dos outros.

E andamos todos tão ocupados, a fazer telefonemas, a mandar emails, a fazer divulgação. Devíamos todos, ou a grande maioria, deixar de ser tão produtivos. Não é a primeira vez que me apetece passar só a fotografar amigos e família e mostrar as fotografias apenas aos respectivos modelos, ou a quem por eles sinta afecto. A fotografia é algo afectivo, guarda-nos a imagem de alguém que vamos querer recordar. O resto, ou pelo menos assim me parece hoje, são apenas exercícios.

Claro que esta irritação é provocada pela minha própria produtividade, de imagens a sites, blogs, podcasts, tudo de qualidade duvidosa. Tenho de parar de fazer tudo e passar a fazer nada. Um nada puro e branco. Bem, talvez mantenha a natação.

quarta-feira, novembro 23, 2011

Um retrato de Portugal?

O espectáculo da Rita Natálio na Culturgest foi completamente surpreendente. Segundo me contou a Inês é o resultado de uma série de entrevistas a pessoas dos 8 aos 80 anos, construído a partir destas, com três actores fabulosos Cláudio da Silva, Carla Bolito e Nuno Lucas. 

Reflecte-se sobre a ideia de identidade, de comunidade, por vezes é cómico, mas o que fica é de uma humanidade ao mesmo tempo fascinante e comovente. E a Rita é uma rapariga fabulosa (pediu o meu bilhete para menores de 30). Foi uma noite em cheio.


fotografia de Inês Abreu e Silva

terça-feira, novembro 22, 2011

O mundo dos sons

Estou mesmo a acabar! Tenho andado a brincar com programas de edição de som há já umas semanas, e claro que  rapidamente se tornou numa actividade viciante. Estou a editar uma entrevista e o facto de já a ter ouvido inúmeras vezes modifica a forma como a ouço. Já não ouço o conteúdo, antes o ritmo que vou modificando através da edição e da adição de material sonoro. 

A voz humana é extremamente cativante, mesmo que não seja a mais bela voz radiofónica, e os bons programas de rádio costumam absorver-me totalmente. Ultimamente tem sido o Radiolab. A possibilidade de fazer eu própria um destes programas, e a facilidade com que se pode fazer, usando o software disponível, torna o desafio irresistível.

Os bancos de sons são outra coisa maravilhosa. O FreeSound com todas as suas descrições pormenorizadas de sons gravados ou sintetizados.

Neste momento já fiz o upload do ficheiro para o souncloud mas está a demorar a ficar disponível. Sempre são mais de 15 minutos de audio. Agora é escrever o texto complementar e preparar a divulgação da entrevista. A segunda entrevista já está agendada. Espero que seja mais fácil da editar do que esta.

domingo, novembro 20, 2011

Pequenas imagens perdidas no CCB

Há uma exposição com polaroids do Tarkovsky, imagens minúsculas escondidas numa sala comprida, algures no CCB. São imagens da Rússia e de Itália, retratos da família, naturezas mortas. Algumas paisagens russas têm uma névoa muito bela e misteriosa, cores Outonais, as naturezas mortas mostram cores delicadas e os retratos de família são uns mais prosaicos outros profundamente melancólicos.



As imagens são tão pequenas e têm uma tal qualidade gráfica que fiquei a pensar no paciente pintor que as executou e no propósito das suas dimensões reduzidas. Como se tivessem sido pensadas para aqueles medalhões onde as senhoras guardavam retratos de entes queridos, que traziam sempre junto ao seu peito, perto do coração. Mas são fotografias, quase fotogramas de um filme.
A montagem da exposição não ajuda a desfrutar as imagens. Agrupadas por vezes em duas filas horizontais, cada uma das filas ficava respectivamente mais acima ou mais abaixo da posição ideal para as olhar. Algumas fotografias estavam mal montadas nos passpartouts, viam-se o pregos que seguravam as molduras brancas em paredes brancas e outras questões semelhantes. A Inês disse que as imagens eram muito boas mas valia mais vê-las na internet. Não sei, a mim apetecia-me vê-las num livro, ou ampliadas, ou ambas as coisas. É possível vê-las num livro, também é possível vê-las na internet mas hoje o dia estava lindo, e os Domingos são sempre dias bons para passear em Belém, e para a Filipa me apresentar uma amiga que afinal é minha colega da natação. O mundo é pequeno, apesar da Rússia ser um lugar longínquo.

12 horas

Há pessoas que têm o condão de me fascinar, e enquanto estou envolta nos seus vapores mágicos, reparo que fascinam também outras, mas não todas, formando-se assim uma irmandade de encantados. De vez em quando dou-me conta que exerço um fascínio do mesmo tipo em pessoas que me fascinam e isso, além de me surpreender, deixa-me em pânico, sempre a pensar que vou quebrar o feitiço com algum disparate, dito ou feito. Este encantamento, por vezes mútuo, é baseado no desconhecido. É o que não sabemos da pessoa, o que imaginamos, e que tem obviamente de ser perfeito, que nos fascina. A revelação dessa parte oculta tem de ser doseada, feita com delicadeza, por isso as amizades são construídas devagarinho, com gestos cuidadosos.

Passei o dia de hoje a observar estes comércios, a desvendar jogadas, a admirar-me do poder que alguns seres têm de atrair pessoas, umas vezes por razões tão obvias como a beleza, outras por razões difíceis de descortinar mas fáceis de sentir.

"A" fascina-me. Não se bem porquê, não é especialmente bonita, não consigo dizer o que tem de tão interessante. Só arranjo justificação para o meu interesse quando vejo o interesse que ela suscita em B e em C, que eu não conheço e ela despreza. A, pelo contrário, fica nervosa e faladora na presença de D. Isto eu percebo, D também me tira do sério, é muito cativante, bonito, com gestos ternos. Mas ele é demasiado bonito, portanto é demasiado óbvio deixarmo-nos cativar por alguém assim. É o mesmo que dizer que estamos apaixonados por uma estrela de cinema, que valor pode isso ter?

Admiro automaticamente B e C, apesar de não os conhecer, porque se sentem fascinados por A, pertencemos à tal irmandade. E o interesse de A por D, que em parte partilho, também nos aproxima. E o fascínio que A sente por mim lisonjeia-me e surpreende-me. E tudo isto é belo e ridículo ao mesmo tempo, emocionante e comovente, porque nada se joga aqui, não há prémio, é o jogo pelo prazer do jogo, uma peça sem desfecho.

sábado, novembro 12, 2011

Arrumações de Outono

Mas como é que isto chegou a este caos? O objectivo é manter os livros arrumados por ordem alfabética de autor, mas a verdade é que tem sido difícil mantê-los dentro da estante, quanto mais por ordem alfabética.


Arrumar livros é sem dúvida o programa ideal para uma manhã de Sábado, especialmente se for cinzenta como a de hoje. Claro que eu não consigo manter actividades deste tipo durante muito tempo (com se vê, já estou na internet), isto porque se descobrem sempre coisas surpreendentes. Aqui há umas semanas descobri o exemplar que me foi oferecido, comprado em segunda mão na Trama (que entretanto faliu), de "A Montanha Mágica". Estava desaparecido desde que eu tinha voltado de Coimbra, e foi isso que me fez pensar que tinha de arrumar a estante.


A coincidência de eu ter finalmente encontrado "A Montanha Mágica" quando já não a procurava, ainda é mais interessante porque estava a ler um livro que se referia repetidamente a este, assim como ao "Werther" e ao "Banquete" de Platão. O "Banquete" acabei por fazer o download, uma tradução inglesa e outra em português do Brasil, por isso não vai parar à estante.



O livro que faz estas referências, "Fragmentos de um Discurso Amoroso" de Roland Barthes, foi dos que mais prazer me deu ler nos últimos tempos, e quando peguei nele para o enviar para os confins da estante (cada prateleira tem duas filas de livros, e a ordem alfabética atira o livro do Barthes para a fila de trás), fiquei logo com saudades, e preferia tê-lo por perto para lhe passar os olhos pela capa e a mão pelo pêlo. Mas vai para a estante, a bem da arrumação.


Outro livro de que gostei especialmente, e que se intrometeu no meio de outras leituras (como a dos diários da Susan Sontag que a Filipa me emprestou) foi o "Ravelstein" de Saul Bellow.




Mas descobri outras coisas interessantes, como um pequeno livrinho de ilustração, "Geometria Oculta", que, há já muito tempo, me inspirou para fazer umas figurinhas sobre o vinho.




E o livro do August Sander "Face of Our Time" que não me sai da cabeça e me está a ordenar que faça determinado projecto em fotografia, agora que "Our Time" é claramente uma coisa diferente do tempo do Sander.


Mas já estou atrasada e claro que a estante está mais desarrumada do que quando comecei, e agora tenho de sair fazer outra coisas mais urgentes do que arrumar livros por ordem alfabética de autor.

sexta-feira, novembro 11, 2011

velho/novo

Tenho um novo velho computador, para substituir o computador portátil que usava como Desktop. O velho era um senil intel centrino a 1.5GHZ, este é um core duo a 2.2 GHz. É também um portátil, mas este é gigantesco, pesa mais de 3 Kg, e por isso não vai sair da secretária. Tem o Ubuntu instalado mas quando o liguei fui saudada pelo Windows Vista, e tudo aquilo eram janelinhas a informar-me que tinha de actualizar o anti-virus. O mais difícil no processo de instalar o sistema operativo é gravar um CD que não fique currompido e seja lido sem problemas durante o processo de instalação. Digamos que nesse dia, entre os CDs que estraguei a gravar albuns do iTunes com a ordem errada das músicas e os CDs do Ubunto 11.10, devem ter ido meia dúzia de CDs para o lixo.

Agora, tirando o touchpad que não funciona, e os menus do Acrobat Reader nos quais as letras não aparecem, tudo corre melhor do que antes.

quarta-feira, outubro 19, 2011

Let's look at the trailer


"Seven samurai", Fumio Hayasaka (Seven Samurai)
"Dead Birds", RZA (Ghost dog)
"Tommib", Squarepusher, (Lost in translation)
"Tu mira (edit)", Lola y Manuel (Kill Bill)
"Theme", Jon Brion (Eternal sunshine of spotleess mind)
"All is love", Karen O and the kids (Where the wild things are)
"Kaze wo Atsumete", Happy End (Lost in translation)
"There is a ligth that never goes out", The Smiths (500 days of summer)
"Forever Away", John Fusciante (Brown Bunny)
"New slang", The shins (Garden state)
"Opening: the end", The Doors (Apocalipse now)

Aqui.

quinta-feira, setembro 01, 2011

Alma from Rodrigo Blaas on Vimeo.

Amiguinhos... Enviem-me postais

E pronto, falta menos de um mês para a grande inauguração LJM como tangencial da Experimenta Design. A nossa inauguração é a 29 d Setembro na Fábrica de Braço de Prata. Vou fazer uma expecie de instalação com os postais que me enviarem até 20 de Setembro. Enviem para:

HRC
Rua Jorge Barradas, 35 - 6º C
1500-369 Lisboa

E está tão próximo...

quinta-feira, agosto 11, 2011

Pecados mortais: gula

É difícil não admitir que estes últimos dias tiveram uma componente gastronómica importante, o que é o mesmo que dizer que andaram sempre à volta da comida, ao ponto de me parecer que fazer a descrição das refeições acaba por ser um excelente resumo destas férias.

Almoço de terça feira:
Camarões cozidos com uma salada de alfaces, tomate e pepino. Os camarões, regados com umas gotas de limão e com a pontinha molhada num pouquinho de maionese, estavam deliciosos. E a salada era fresquinha, o ideal para um dia que começava a aquecer a sério. O vinho branco é que já não sei qual foi mas o Jorge costuma acertar nestas coisas. Aliás, ele e a Marta fazem uma bela equipa de cozinheiros, e nós os três, uma bela equipa de comensais.

Jantar de terça feira:
Xarém de conquilhas e Xarém de amêijoas. Nunca tinha ouvido falar deste prato que, pelos vistos, é um dos pratos típicos a votação nas sete maravilhas da gastronomia. É uma papa de milho não muito pesada, a que se mistura marisco, muito aromática e saborosa. A noite estava muito quente, sem uma brisa, só refrescada pelo vinho verde e a água fresca que acompanhou a refeição. Para a sobremesa tivemos de dar um pulinho à Gelvi, a gelataria favorita do Jorge, que tem sabores tão originais como D. Rodrigo.

Almoço de quarta feira:
Neste eu não participei, mas, a caminho da praia houve quem comesse umas tostinhas de atum com um aspecto delicioso. Eu guardei-me para a merenda: bolas de Berlim compradas na praia. Não sei há quanto tempo não comia uma bola de Berlim, mas as comidas na praia são as melhores, principalmente quando o mar está tão agitado que nem entrar na água parece muito seguro. Para o fim do dia o mar acalmou e os banhos foram excelentes.

Jantar de quarta feira:
Três robalos e uma dourada para quatro comensais. Este jantar foi tardio. Enquanto o Jorge foi buscar a Margarida fizemos uma deliciosa sangria com vinho branco, morangos, maçãs farinhentas mas deliciosas, e pêssegos apanhados no quintal. Assámos na brasa um pimento vermelho e um verde. Em seguida foram os três robalos para a brasa (foi neste ponto que apareceu o gato). Os pimentos juntaram-se à salada de alface, tomate e pepino. Apesar do atraso do comboio da Margarida, ela chegou e os robalos ainda não estavam assados. Mas lá se assaram, e de seguida uma dourada. Estava tudo delicioso e a conversa animada. O gatito teve também a sua porção e depois da refeição ficou por lá a fazer-nos companhia. Nós prolongámos a conversa com uma sobremesa de sorbet de maracujá. Depois disso bebemos café enquanto devorámos amêndoas caramelizadas. A noite acabou tarde por entre baforadas de narguilé.

Almoço de quinta feira:
Ostras em Cacela Velha. Pedimos amêijoas, ostras grelhadas e ostras "ao natural". A Margarida, que nunca tinha comido ostras, achava que não ía gostar, e antes delas chegarem à mesa tivemos tempo para fazer toda a rábula das ostras cruas a encolherem-se ao sentirem o limão, ou a gritar enquanto eram comidas, ou a agarrarem-se aos nosso lábios para não serem engolidas. Também explorámos todo o campo das disfunções gástricas e intestinais, recordando velhas glórias. Quando as ostras chegaram à mesa o ambiente não era o mais propício mas bastou levar a primeira à boca para ficarmos todos entusiasmados, especialmente a Margarida, que afirmou que depois de comer ostras iría experimentar finalmente pesinhos de coentrada. Não naquela refeição, obviamente. Repetimos as ostras "ao natural" já sem fome mas a saberem-nos tão bem como as primeiras. Mas a refeição não acabou por aqui. Antes do café deliciámo-nos com tarte de figo, tarte de alfarroba e mousse de alfarroba. Eu, que gosto imenso de alfarroba, elegi como favorita a tarte de figo, portanto podem imaginar o quão saborosas estas três sobremesas são. Depois do café deliciámo-nos com as cigarrilhas Cohiba que o Jorge levou.

Esta foi a minha última refeição antes de voltar a Lisboa e acho que não poderia ter acabado melhor mas tenho a certeza que a Marta, o Jorge e a Margarida vão continuar a explorar os sabores algarvios durante mais uns dias. Eu, ao chegar a casa e abrir o meu depauperado frigorífico, reparo que tenho exactamente os ingredientes necessários para fazer um belo gaspacho que, devo dizer, ficou delicioso. Sorte de principiante!

quinta-feira, julho 28, 2011

Um certo acento

Para combinar com a pronuncia da primeira música de "A gosto 2011" vou contar-vos a história de Figgi e Spooky. Não a história toda que não quero entediar-vos, só o que se passou hoje ao fim da tarde, e mesmo assim vou resumir.

Mas para isso preciso dizer que o Figgi é um gato tímido, que em geral não se aproxima de desconhecidos e não se afasta de casa. Já o Spooky é mais destemido e gosta de sociabilizar, mas como mia como se o estivessem a cortar às postas com uma faca romba, mesmo que se perca de vista, pode sempre seguir-se o som dos seus harmoniosos berros. Foi assim que, noutras ocasiões, o fui buscar à garagem do prédio, ou simplesmente às escadas.

Desta vez foi o Figgi que deu o alarme. Andava muito nervoso à minha volta mas como eu tinha mais que fazer, não lhe liguei nenhuma. Quando finalmente lhe dei atenção, talvez uma ou duas horas depois, vi-o correr para a porta que dá acesso à escada do prédio. A porta do apartamento tinha estado aberta o dia todo. Eu apercebo-me imediatamente da falta do Spooky mas, pior do que isso, de um total silêncio.

Dou inicio à busca: sete andares de apartamentos, um andar de arrecadações, dois andares de garagens. E não se ouvia o Spooky em lado nenhum, o que me convencia que ele tinha que estar na rua. Volta ao quarteirão, espreitar debaixo dos carros. Voltar para casa, tocar à porta das vizinhas do meu andar. Nada. Volto a sair e encontro a minha vizinha que costuma acolher os gatos em sua casa. Com ela repeti a busca: sete andares de apartamentos, um andar de arrecadações, dois andares de garagens, volta ao quarteirão. Ela até desceu à estação de metro.

Desistimos e eu comecei a despedir-me daquele gatito amarelo, muito simpático e barulhento, que me ataca os pés todas as manhãs.

Pouco depois a minha vizinha toca-me à porta e entrega-me um papel. Estava afixado à entrada do prédio e dizia: Encontrei um gato no corredor, está em minha casa. E seguia-se um número de telefone. Telefono uma vez, segunda vez e ninguém atende. Deixo mensagem no voice-mail e preparo-me para escrever uma mensagem escrita quando tocam à campainha.

Erra um rapaz, talvez frrancês e bastante jeitoso, com o meu gatito ao colo. Explicou-me onde o encontrrou e que decidiu guarrdá-lo em casa. Agradeci-lhe muito.

quarta-feira, julho 27, 2011

A gosto 2011

"Bonnie and Clyde", Luna
"Abducted", Cults
"Moth's wings", Passion Pit
"Slow", Twin Shadow
"Ceremony", New order
"I dont like this", The Radio Dept.
"To here knows when", My Bloody Valentine
"Can't you see", Women
"Tea ligths", Lower Dens
"Anteroom", Ema
"Go outside", Cults
 

sexta-feira, julho 15, 2011

112

Hoje assisti a um atropelamento, daqueles em que um corpo voa como um boneco, fazendo uma pirueta no ar, e um sapato de solta do corpo atropelado. Pois é, parecia mesmo um filme. Porque uma pessoa não imagina que um corpo humano possa sofrer algo de tão violento, é difícil convencermo-nos que a cena a que assistimos é real. Com toda a gente um pouco confusa, peguei no telemóvel e chamei o 112. Cada toque de chamada que passava sem atenderem deixava-me incrivelmente nervosa e tudo parecia demorar uma eternidade. Quando desliguei o telefone aproximei-me da cena. Um homem estava deitado no chão. Tinha uma T-shirt de um amarelo tão vivo que até aquela cor tinha qualquer coisa de cinematográfico, como se o realizador nos quisesse prender a atenção, quisesse que os nossos olhos não deixassem a vítima. E não deixaram. O homem começa a mexer-se aos poucos, depois levanta-se, e eu à espera da ambulância com a mesma ansiedade com que tinha esperado que atendessem o telefone. O homem está em pé mas tem uma perna inchada. Procura o sapato que se soltou, sempre apoiado ao gradeamento que separa a estrada do passeio. Nota-se que tem dores e eu volto a procurar a ambulância. O homem dá uns passos com dificuldade, volta a perder o sapato, volta a calçá-lo, mas já mostrou intenção de se ir embora. O taxista que o atropelou parece ocupado com outra coisa qualquer e eu aproximo-me do homem e peço-lhe que não vá embora, que está a chegar uma ambulância. O homem é imigrante e faz-me pensar que talvez seja por isso que não quer esperar. Afasta-se rua abaixo, lentamente porque vai a coxear, com aquela T-shirt amarela que se continua a ver à distância.

Discuto com uma amiga se devo ou não voltar a ligar para o 112. Ela diz que sim. Eu não sei o que causará mais confusão mas liguei e disse que a vítima se tinha ido embora e que seria melhor cancelar a ida da ambulância. O taxista, ao ver o homem afastar-se também se apressou a ir embora. De forma bastante agressiva o homem do outro lado do telefone diz-me que um atropelamento com vítimas é crime, que o meu número ficou registado e se alguém der entrada no hospital eu poderei vir a ser "incomodada". Respondo-lhe, muito irritada, que se for incomodada ajudarei no que puder, e digo-lhe que a ambulância chegou e que vou falar com eles. Notou-se a agressividade do outro lado do telefone a diminuir um pouco.

Ao falar com os paramédicos ainda procurei a T-shirt amarela ao longo da rua mas já tinha passado muito tempo. Voltei para casa furiosa com a agressividade do tipo do 112 que tinha falado comigo ao telefone. Ao chegar a casa, e com os nervos um pouco mais calmos, percebi o que tinha acontecido. Pensou que tinha sido eu a atropelar o homem e estava a avisar-me que não me safaria cancelando a ida da ambulância, que conseguiriam identificar-me através do número do telemóvel.

segunda-feira, julho 11, 2011

Há qualquer coisa de desconexo entre a música e o vídeo, mas talvez seja só de mim.

segunda-feira, junho 27, 2011

Ciência e Preconceito

Para perceber como a Ciência e o preconceito andam enredados, leia-se este artigo d'O Público. Repare-se também no número de estrelinhas que o artigo recebeu e leiam-se os comentários debitados pelos leitores para ilustração dos constrangimentos que a Ciência sofre quando mexe com os modelos sociais vigentes.

domingo, junho 26, 2011

A bailarina mais bonita

Laser lens cleaner

Depois de mais umas quantas pesquisas na internet estava já disposta a desmantelar o meu leitor de CDs em busca da lente do laser, para a limpar com um producto adequado. Eu já tinha aberto o aparelho mas não me atrevi a ir muito longe. Aliás ele é muito bonito por dentro, tão arrumadinho e bastante limpinho, sem aqueles montes de cotão que eu costumava encontrar dentro dos meus computadores. Além disso, a última vez que o abri esqueci-me de voltar a pôr dois dos parafusos.,Ainda não me dispus a aparafusá-los porque a confusão de fios que sai do amplificador para vários milhões de destinos, assim como as fichas que chegam à ficha tripla que está por trás do armário, tripla... tripla ao cubo... dificultam a tarefa de extrair o leitor de CDs da sua prateleira.

Bem, isto tudo para dizer que descobri que há uns CDs que fazem a limpeza da famosa lente do laser. Pois, muito simples, fui à FNAC, paguei 6.5 euros, voltei para casa, pus o "laser lens cleaner" no prato dos CD, fi-lo "tocar" duas vezes e dispus-me a comemorar a resolução do problema ouvindo o Fidelio.

E resultou? Melhorou, o número de vezes que o CD salta diminuiu. Pelo menos foi isso que eu pensei no ínicio. Resolvi fazer o teste com o CD do Andrew Bird que já tinha ouvido antes de limpar a lente do CD. Começou muito bem, mas agora já o CD salta com muito mais frequência.

Se não resultar já sei que vou ter de verificar a lubrificação do motor do CD. Também já encontrei uma página que ensina a mudar o laser. Não sei se me atrevo a tanto... envolve ferros de soldar...

Logo se verá.

sexta-feira, junho 03, 2011

Quimera ou arma biológica?

A bactéria que tem deixado boa parte dos alemães borrados de medo, é ao que parece uma estirpe de E.coli, com as seguintes características invulgares: é completamente nova; resultou do cruzamento de duas estirpes conhecidas mas raras; tem características das duas estirpes, sendo por isso apelidada de quimera; esta combinação é altamente agressiva, muito resistente aos antibióticos; ataca com maior intensidade certos grupos da população, pouco afectando outros. Tudo propriedades que se esperariam de uma arma biológica... Será que houve um "pequeno acidente"? Ou será que a arma está em fase de teste?

segunda-feira, maio 30, 2011

Gregos é que não - episódio 11



Colheita da 1ª metade do ano

"Intro/Chi-chi", Toro y moi
"Hello night crow", Sanso-Xtro
"Keep up the good work", Juliana Barwick
"Key sparrow", Peaking lights
"Motivation", Clams casino
"Darker than blue", Andreya Triana
"Codex", Radiohead
"England", PJ Harvey
"Sadness is a blessing", Lykke Li
"Morning light", Anna Calvi

Aqui.

domingo, maio 29, 2011

très bien: OFFSIDE


très bien: OFFSIDE: "Imagem de Jorge Castro Henriques, com o apoio de Alexandre Troncana.  No próximo sábado dia 7,  OFFSIDE  estará, em conjunto com outros tr..."

segunda-feira, maio 23, 2011

Pequena história surreal, em três actos

Acto I
Esta madrugada fui, como é habitual, acordada pelos meu gatos. Eram 4h 47m. Levantei-me, dei-lhes comida, e abri um pouquinho da janela da sala para eles poderem sair. Voltei a deitar-me.

Acto II
Não estava completamente tranquila com o facto de ter a janela da sala aberta e por isso acordei, levantei-me e fui fechá-la.

Acto III
Acordei com o barulho que o Spooky fazia do lado de fora da janela do quarto. Miava e trepava as grades. Pensei que, quando tinha fechado a janela da sala, o teria deixado ficar lá fora e por isso ele estava tão aflito. Levantei-me, deixei-o entrar no quarto e levei-o para a sala.
Quando chego à sala dou-me conta que a janela continuava aberta. Procuro os computadores, que estão no sítio do costume. Aparentemente ninguém entrou. Concluo que tinha apenas sonhado que me tinha levantado e fechado a janela da sala. Espero que tenha sido isso!

quinta-feira, maio 05, 2011

Um artigo longo mas muito interessante

The ecstasy of influence: A plagiarism
By Jonathan Lethem

excerto:

At the movies, my entertainment is sometimes lately preceded by a dire trailer, produced by the lobbying group called the Motion Picture Association of America, in which the purchasing of a bootleg copy of a Hollywood film is compared to the theft of a car or a handbag—and, as the bullying supertitles remind us, “You wouldn't steal a handbag!” This conflation forms an incitement to quit thinking. If I were to tell you that pirating DVDs or downloading music is in no way different from loaning a friend a book, my own arguments would be as ethically bankrupt as the MPAA's. The truth lies somewhere in the vast gray area between these two overstated positions. For a car or a handbag, once stolen, no longer is available to its owner, while the appropriation of an article of “intellectual property” leaves the original untouched. As Jefferson wrote, “He who receives an idea from me, receives instruction himself without lessening mine; as he who lights his taper at mine, receives light without darkening me.”

terça-feira, abril 26, 2011

Rituais de Primavera

Pela primeira vez a minha mãe não amassou o tradicional "trigo de ovos" e pediu-me para o fazer. Não pude deixar de ver isto como o ritual de iniciação. Bem, estamos sempre a tempo de chegar à idade adulta.


quarta-feira, abril 13, 2011

América, América (parte II) - episódio 10



para A.G.S.

"The Wolf is at your door", Howlin'Wolf
"Start a war", The National
"Beautiful", Gordon Lightfoot
"Jacksonville", Sufjan Stevens
"Walking & falling", Laurie Anderson
"Hallelujah", Jeff Buckley
"Yoshimi battles the pink robots pt.1", The flaming lips
"The end is near", The fiery furnaces
"Born, never asked", Laurie Anderson

Aqui.

domingo, abril 10, 2011

...Sem saber o que escrever no título...

Ouvi há pouco o discurso de Socrates no congresso do PS. Descobri que só fez coisas boas pelo país: aumentou salário mínimo, deu coisas aos mais pobres, tudo de bom... Entretanto temos um país quase na falência. Entretanto tudo o que deu vai ser tirado em dobro, ou mais. Entretanto vivemos como sempre vivemos, ou um bocadinho pior. FODASSE! Pedro Passos Coelho ou José Socrates: de ideias iguais, a diferença agora é que um mentiu muito mais do que o outro. Mas se calhar é só dar tempo ao tempo. Nenhum vai ter o meu voto. Fica a análise de António Barreto.