segunda-feira, fevereiro 11, 2008

Fanatismo religioso: o maior drama da humanidade


Citando o jornal Público:

"Patriarca explica ateísmo como "maior drama da humanidade"

11.02.2008, António Marujo

O cardeal-patriarca de Lisboa, D. José Policarpo, explicou ontem a sua afirmação na homilia de Natal, segundo a qual "o ateísmo e a indiferença em relação a Deus constituem o maior drama da humanidade". Na sequência de várias reacções que tiveram as suas palavras, o bispo de Lisboa sentiu-se convidado a explicitar o sentido da afirmação.
D. José aproveitou a primeira das "catequeses quaresmais" deste ano, uma iniciativa que promove desde que foi nomeado para o cargo, há 10 anos. Falando na Sé de Lisboa sobre o tema "O Verbo eterno e o silêncio de Deus", começou por referir que a frase natalícia "provocou várias reacções" sobre uma questão "generalizada no mundo de hoje e que é atitude pessoal de pessoas concretas".
Para entrar no debate "sadio", o bispo de Lisboa começou por dizer que a afirmação do Natal "exprime a atitude de um crente, para quem Deus, um Deus vivo, é a fonte decisiva do sentido da existência". "Quem acredita no Deus vivo e vive com Ele, não sabe imaginar a vida sem Deus, como certamente um descrente não pode imaginar o que é viver com Deus", acrescentou D. José.
Para um crente, "o ateísmo generalizado, de modo particular o ateísmo prático daqueles que, respirando o ambiente cultural que os rodeia, vivem como se Deus não existisse, é um problema central da humanidade, que influencia o sentido da vida e a maneira de a viver", explicou. Quem crê, sente-se "continuamente interpelado" por Deus. "Não poder escutar a palavra de Deus é (...) ficar limitado à luz que brota do homem, tantas vezes distorcida pelos contextos culturais e históricos", referiu.
Foi a esse problema que o cardeal chamou um "drama". "Confesso estar influenciado pela linguagem teológica, marcada pela cultura clássica", admitiu. "Aí o "drama" significa a existência humana, na sua busca do bem, da luz e da verdade, busca que supõe uma luta e a coragem para vencer as forças do mal, enquadrando o próprio sofrimento."
"Neste sentido a existência humana é um "drama" e Deus entra nesse "drama", quer o neguemos, quer nos abramos à sua luz", acrescentou, considerando ainda que "a morte de Jesus Cristo, para redenção da humanidade, adensou esse "drama" e apontou-lhe a saída da esperança".
As catequeses, que o patriarca dedica este ano ao tema da Bíblia como palavra revelada de Deus, decorrem até 16 de Março, aos domingos, às 18h00, na Sé de Lisboa. A escolha do tema prende-se com a realização em Outubro, em Roma, de um Sínodo dos Bispos católicos sobre a Bíblia.
D. José Policarpo confessou estar influenciado pela linguagem teológica, marcada pela cultura clássica."

4 comentários:

  1. A minha aposta é mais: o grande drama da humanidade é os homens não respeitarem os homens, em especial os que professam outras religiões.

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  2. Claro! A fome, a miséria, a crise ambiental, a guerra, etc. Que são comparadas com os ateus?
    Estes cardeais como podem querer o respeito de católicos esclarecidos ou ateus? Eu tive uma educação católica, mas francamente inclino-me cada vez mais para o ateísmo, bom, enfim, o agnosticismo é mais suave!

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  3. Querem fazer passar que os ateus são más pessoas, sem carácter e sem princípios. Como exemplo é só comparar o número crentes com o de ateus nas cadeias nos estados unidos (proporcionalmente). A partir desses números dir-se-ia que os ateus é que são os bonzinhos...
    A educação (cristã ou não) não é assim tão importante, na história da humanidade. Isto tem mais a ver com a selecção natural e o comportamento em sociedade (sim, nós somos uns animais), se tu respeitas o próximo também serás respeitado. And so on... (não sei se me fiz entender em tão pousa palavras)

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  4. Anónimo10:41

    A humanidade está doente. O drama que cada vez mais vive, apenas tem a ver com a sua condição de seres imperfeitos. Só quando cada criatura fizer o esforço para se tentar melhorar a si mesmo, e tranformar o egoísmo em fraternidade é que poderemos vir a ter esperança perante um futuro mais risonho.

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