Agosto 2006- Lock Lomond, Escócia (foto RC)
Gosto desta fotografia por um certo sentido de absurdo. Metade da fotografia tem uma fantástica paisagem de água e montanhas com alguém a gozar essa paisagem fazendo ski aquático. Só que essa paisagem está desfocada. Está lá mas algo perdida. Dentro do barco as pessoas olham a paisagem mas o que de facto chama a atenção está no canto inferior direito onde uma mão misteriosa agarra um copo de água fresca preparando-se para matar a sede. Gosto da oportunidade do momento de apanhar aquilo para onde ninguém está a olhar, provavelmente nem a pessoa que está a agarrar o copo.
O que eu gosto nesta fotografia não é tanto o conteudo, a mão a agarrar o copo de água fresca. O que me agrada nela são as várias linhas quase horizontais que a atravessam. É esta característica da composição, este aspecto mais abstrato que me agrada.
ResponderEliminarConcordo com a Cláudia, mas também a brutalidade do corte entre os dois mundos: um desfocado, mais escuro, nebuloso, misterioso como um quadro duma parede que assenta numa moldura de claridade brutal, repleta da vivência do real, pelos artefactos, metal do barco e o copo e a mesa, e a mão que lhe dá essa existência real, o mundo de cá e o de lá, o mundo que usamos e vivemos e o mundo que vemos. Gosto muito.
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