No ínicio do mês tinha dado uma vista de olhos no programa do TAGV e prometi a mim mesma não esquecer de ver um documentário que passava dia 8 de Janeiro. O TAGV tinha passado a apresentação do documentário numa das sessões de cinema anteriores, acontecimento nada habitual, e o filme parecia interessante. Por isso lá fui eu, ontem, já bastante atrasada e sem jantar, para o Teatro Gil Vicente. Cheguei em cima da hora, o que normalmente não é problema porque as sessões têm pouca gente. Ontem não! A bicha para a bilheteira dava várias voltas e terminava numa multidão de contornos indefinidos. Fui a um café próximo comer qualquer coisa, comi, esperei e quando finalmente vislumbrei o final daquela lagarta humana pus-me no final da bicha. Claro que havia ali qualquer coisa estranha, mas às vezes acontecem destes fenómenos. Já a sessão do CRASH tinha bastante gente e depois percebi que estava enquadrada numa conferência que decorria na universidade. Talvez fosse o caso. Depois do filme houve uma conversa com o realizador. Aí finalmente percebi tudo. O documentário Ainda há pastores? tinha passado na televisão, assim como duas reportagens sobre o filme, e um dos pastores tinha-se tornado uma espécie de vedeta.
O filme retrata, ao som da voz de Fernando Alves, aquela realidade que não nos é assim tão estranha, do interior desertificado e envelhecido. O que o torna mais interessante é que no meio daqueles velhos que esperam a morte no meio da serra existe um pastor ainda jovem que tem uma profissão de outros tempos. Este pastor ouve Quim Barreiros e gosta de brasileiras. Gostei muito do filme e da discussão que se seguiu. Esta última deixou-me um pouco a sensação de que as pessoas olhavam as personagens do filme como animais numa reserva natural com os quais não devemos interferir porque só podem viver no seu habitat natural. Foi contudo interessante. Deixo-vos no próximo post a apresentação do filme.
Eu vi uma reportagem na sic, e já então me pareceu mais voyeurismo tipo big brother na parvónia do que um doc sobre pastores. Aquele pobre coitado é que as vai pagar...
ResponderEliminarNão tendo visto a reportagem arrisco-me a dizer que o filme em si deve mostrar uma atitude menos voyeurista do que a reportagem, mas enfim...
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