segunda-feira, março 26, 2007

O grilo

Quem não sabe fica a saber que no 4º piso do DF do edifício C8 da FCUL, foi instalada num certo e determinado laboratório de medição de propriedades magnéticas uma máquina infernal que devido...digamos...ao ruído quase incessante tem deixado meia dúzia de cientistas com muito trabalho, à beira de um ataque de nervos. Promessas de que determinado dispositivo para erradicar o problema seria rapidamente instalado foram feitas. Três semanas já passaram desde então. Ao estilo Gandhi de protesto pacífico, um "anónimo", colocou uma cópia do seguinte poema junto ao dito cujo:


Tem muito estilo o grilo
(pena dar-lhe pràquilo…)

Quanto quilo de alface
(a alface é ao quilo?)
não comeu já o grilo
para ter tanto estilo!

Faz cri-cri no meu verso,
faz cri-cri no meu quilo.
Cri-cri faz no ouvido
e quase no mamilo.

Dá-se ao grilo a folhinha
mas não guarda sigilo.

Ao canário da alpista
(também telegrafista)
que não anunciasse
logo o meu grilo: alface!

Assim te conto o grilo
se não fores repeti…
Se não fores repeti-lo .

(Alexandre O’Neill)

P.S.: dia mundial da poesia é todos os dias.

1 comentário:

  1. Alguém já me tinha dito que aquilo ia ser infernal mas é muito cool, ou melhor, evercool!

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