Ao mesmo tempo que ouvia aquilo o rapaz da conversa de engate procurava algo nos bolsos do casaco. Que teria ele perdido, um dedo? Quando fechava os olhos para melhor suportar a náusea que começava a sentir ouço o meu nome. Um detective da polícia, um amigo meu, estava também no comboio. Era ainda jovem e estava pronto para entrar em acção. Não fiquei particularmente feliz por ele me ter recomhecido.
- Não és tu que gostas de policiais? Pois hoje vais participar numa investigação a sério. Não podemos deixar essa cabecinha ser sugada por um buraco negro. Ah,ah, ah!
Sorri o mais que podia. Detesto este tipo de humor. Pegou-me no braço, levantou-me do lugar e obrigou-me a mais uma viagem até à extremidade da carruagem. Com voz autoritária afastou a multidão e ficámos os dois a espreitar para 2 metros quadrados de um chão imundo e malcheiroso.
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