Ficámos à espera como se quiséssemos muito ir urinar. Tentámos ouvir o que se passava lá dentro e só o silêncio nos respondia. A impaciência era maior do que se estivéssemos mesmo a precisar de ir à casa de banho. Mas a impaciência tornou-se-me impossível de suportar quando atingiu os 10 min.
- Temos de fazer algo!
- Calma... Nas investigações o que é preciso é calma...
- Até alguém morrer outra vez! - disse impaciente.
- Mas o que te leva a crer que alguém morreu?- perguntou o Detective.
- O dedo! Quem mais perderia um dedo NA CASA DE BANHO se estivesse vivo?
A minha argumentação foi de tal forma veemente que nem resposta obtive. Em vez disso ouvi:
- Vamos procurar a pessoa que estava mais perto da casa de banho quando se ouviu o grito.
Essa pessoa era uma rapariga muito baixa e magra que apontara amedrontada para a porta logo após o grito e que agora fitava o exterior do comboio com um olhar totalmente perdido. Chegámo-nos ao pé e chamámos - Desculpe, importasse que lhe façamos umas perguntas? – A rapariga nem um gesto esboçou continuando a mirar o infinito fora da janela – DESCULPE! – disse eu exageradamente alto. A rapariga voltou-se então, timidamente, perguntando:
- Chamaram-me?
- Evidentemente que sim! – respondi de mau humor
- Desculpem, é que sou completamente surda deste ouvido...
Nada mais perguntámos. Cruzámos o olhar e corremos apressadamente para a porta da casa de banho que, evidentemente, continuava ocupada. A rapariga tinha indicado a casa de banho do lado do ouvido bom mas era evidente que o grito tinha vindo do lado do ouvido surdo!
muito subtil...
ResponderEliminarsmart stuff...
ResponderEliminarPedro, precisamos de episódios teus!
ResponderEliminarVou tentar dar o meu melhor...
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