quarta-feira, outubro 17, 2007

Episódio 1.5 - Ainda no Comboio

Ao balcão da carruagem bar, um pouco encolhidos para ir-mos vendo a paisagem, esperávamos a nossa chegada a Lisboa. Perguntei:
- Como é possível alguém escapar-se da casa de banho através de uma porta fechada?
- Não me parece possível, pelo menos sem deixar um dedo para trás!
- Deixa-te de gracinhas. - o meu humor piorava com as dores nas costas devido aquela incómoda posição a que nos obrigam as estúpidas janelas - Este assunto é um pouco arrrepiante.
- Mas quem te disse que a pessoa se escapou com a porta fechada? Estavas lá para ver? Talvez nunca tebha estado ninguém na casa de banho!
- E o grito veio de onde?
Um silêncio marca o aparecimento de uma ideia na cabeça do detective.
- Da casa de banho ao lado...

Atravessámos, o mais depressa que conseguimos, as duas carruagens que nos separavam das casas de banho em causa. Fomos atrasados por um carrinho de comida com um empregado a repetir mecanicamente, com uma voz nasalada: "Desejam tomar alguma coisa? Desejam tomar alguma coisa?" A minha impaciencia era visivel por todos menos por o empregado, de costas para nós. No fundo de uma carruagem lá o conseguimos ultrapassar e depois de alguns encontrões chegámos ao nosso objectivo. A casa de banho onde o dedo tinha sido encontrado tinha o aviso "Fora de serviço" colado na porta. A casa de banho do lado estava neste momento ocupada.

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