Jan van Eyck
O casamento dos Arnolfini, 1434,
Tempera sobre madeira
The National Gallery, Londres
Ontem à noite passei pelo Museu de Física para assistir à projecção de dois episódios de um documentário da BBC. Neste documentário o artista David Hockney analisa várias obras que reforçam a sua teoria de que muitos artistas, desde o ínicio do séc. XV, usavam sistemas ópticos na elaboração das suas pinturas. Segundo David Hockney, estes dispositivos podem ser tão simples como um espelho côncavo, numa altura em que a qualidade do vidro ainda não era suficiente para ter lentes de boa qualidade, e projectariam sobre a tela, o modelo ou o interior a pintar. Ele analisa coisas tão simples como o facto de, de repente aparecerem muitas figuras canhotas nos quadros, resultado do uso de lentes que invertem a imagem. Ou o facto dos quadros se parecerem com as fotografias que hoje conhecemos, com uma zona focada e as outras desfocadas, efeito que só conhecemos através de uma lente.
Um aspecto que eu achei interessante é o facto destas técnicas poderosas passarem de alguma forma a limitar os pintores a um naturalismo perfeito, limitar mesmo os seus temas. Segundo Hockney este estilo terá dominado a pintura europeia durante séculos e terá sido o aparecimento da fotografia em 1839 que, de alguma forma, libertou os pintores da representação exacta da natureza e os terá levado a ouras formas como o impressionismo, expressionismo, cubismo, etc. Pode ser uma explicação simplista mas é um ponto de vista interessante.
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